segunda-feira, 12 de maio de 2014

#Resenha-DepoisDosLivrosBlog: O Escriba de Granada - Gilberto Abrão

     O autor conta a história de duas pessoas, Jorge o militar brasileiro e Abul Qacem o escriba árabe.

Características:
Autor (a): Gilberto Abrão
Editora: Companhia Editora Nacional
Páginas: 360
Acabamento: Brochura
Edição: 1
Ano: 2014
Gênero: Romance/Literatura brasileira


SInopse:
Escrever sobre temas polêmicos de maneira ardilosa,realista e envolvente é o trabalho de Gilberto Abrão. Se o leitor se surpreendeu com O muçulmano e a judia, se renderá definitivamente neste seu novo trabalho, O escriba de Granada. De um lado, temos a história contada pelo escriba, Abul Qacem, narrando o auge e a queda de Gharnata para os reis católicos. Essa história é entremeada por um tórrido e proibido romance que o escriba vive com a sultana Aisha, esposa do rei de Gharnata. Tal romance será tanto motivo de glória como de tragédia para o escriba. Do outro, temos Jorge, um funcionário público brasileiro que vive seus dias sem propósito, apenas criticando e julgando comunistas, homossexuais, muçulmanos e negros. Jorge tem um segredo que não revela a ninguém. Na tentativa de compreender esse segredo, ele inicia uma empreitada que revelará muito mais do que ele sonha encontrar. Duas histórias paralelas com um ponto em comum. Leia, descubra e se deixe tomar pelo caleidoscópio de emoções.

Eu e o Livro: 
     A parte que conta sobre Jorge é narrada desde que ele era pequeno, tempo em que ficou em um internato, onde era abusado constantemente por um padre, sua mãe foi deixada pelo marido e não tinha como cuidar do filho, mas quando o garoto completa 10 anos, ela o retira de lá, e para o resto da vida, o trauma que Jorge passou vai prejudica-lo. É o começo de uma vida baseada em desastres até sua aposentadoria, momento em que começa a surgir uma grande curiosidade que é saber sobre a vida de seu pai. E com essa “jornada” não só o Jorge mas nós também teremos uma grande surpresa.

     Já a história de Abul Qacem, começa quando ele está sendo aceito como escriba do reino de Gharnata, além de ser o começo de uma grande aventura, será também o começo de um grande amor, pela sultana Aisha. Essa paixão será a base para as loucuras que ele vira a fazer no decorrer da história. Enquanto esse romance desenrola (com encontros de Qacem com a sultana), começa as guerras ou melhor a bagunça (rei e filho lutando para toma conta de Gharnata, Aisha e a a outra esposa do rei disputando para tentar colocar seus filhos no trono, católicos contra árabes querendo conquistar terras, e depois vem o irmão do rei que quer tomar o lugar dele), e por causa do amor (por Aisha e por Ala) Qacem terá que passa por poucas e boas.


Minha opinião:
      Foi muito legal, me surpreendi lendo sobre o ponto de vista maléfico e revoltado de Jorge e a luta entre religiões que a gente presencia lendo na parte do Abul Qacem.
     Já li muito sobre a época militar, mas estar na pele de um deles, como se fosse certo fazer tudo aquilo, foi meio que assustador. Sentir a magoa e a revolta de Jorge, com questão ao trauma de infância, deu pra ver como isso interferiu em toda vida dele. Como também já li varias coisas sobre guerras por causa de religião, mas pensar como eles, foi extremamente diferente, antes eu não entendia o por que das guerras entre religiões, e lendo este livro, vendo o ponto de vista de Qacem, eu pude perceber o por que. E vi que é uma guerra como todas as outras, pra conquista terras, e riqueza, mas além disso tem a vontade de mostrar que seu Deus é melhor, porque te ajuda mais, porque é mais forte... Sabe... Foi até engraçado ler isso, foi como ver uma briga de crianças, para falarem que seu brinquedo é melhor, que seu videogame é mais novo.

     Mas enfim, falando da estrutura do livro agora, considerei uma boa narrativa, não tive dificuldade de entender as coisas, o autor sempre esclarece tudo. E a estrutura física está perfeita, não sei se já disse aqui no blog, mas as edições que a Companhia Editora Nacional faz, são impecáveis, com detalhes dentro, nas abas, na divisão de capítulos e uma coisa que considerei bacana mesmo foi a margem que tem nos capítulos sobre o Qacem, serio o livro ficou lindo.

     Portanto, recomendo esta obra, mesmo pra quem não gosta de assunto religioso, o livro não fala disso a todo momento, e não é aquela coisa enjoativa.

     Ah e se já leu me conte aqui o que achou, e para quem não leu me fala aqui se tem curiosidade de saber algo mais da obra ;) beijos e até a próxima.

Frase(s) do livro:

“Não há tortura maior e mais impiedoso do que a mente do ser humano!” Pág: 232

-Larissa 

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